O Dia em que Morri

    Trabalhava em uma feira. Chamo-me José, o rei da brincadeira. Na semana passada, guardei minha tenda, peguei minha faca e fui passear no parque. Era domingo. O céu sorria. Crianças pulavam. O mundo parecia estar em seu estado mais completo de harmonia. Entrei no parque. Uma música alegre sondava, enquanto eu caminhava por entre as ruelas daquele paraíso colorido. Foi quando travei. Quando me encontrei. Quando vi. Era o ser mais lindo e doce deste planeta, meu bem-querer. Seu nome? Juliana. Ai... Eu a vi.

    Meu amor, contudo, não estava só. Era com João que ela estava. Era com meu melhor amigo. Ele havia trazido uma rosa e um sorvete de morango para ela. O vermelho nas mãos de Juliana inspiraram-me. Eu a tinha visto primeiro. Eu a amei primeiro. Ela me pertencia. Um impulso e desembainhei a maldita faca. Matei João. Matei Juliana.

    A roda gigante rodopiava. Meu ser também. E neste balanço incansável, senti o amargo sabor do sangue. Experimentei da frígida vingança. Provei da minha mesquinhez. Fui preso. E, agora, aqui estou, contando os detalhes daquele maldito dia. Os detalhes do dia em que morri.


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    Este texto eu escrevi quando ainda tava no colégio; E foi escrito para um trabalho sobre a Música Domingo no Parque... Tenho a certeza de que a música retrata muito melhor o tema, e por óbvio não tentei superá-la... Mas ainda assim, gosto do texto! (hehe)

    Confira o texto também no RECANTO DAS LETRAS.



    3 Responses so far.

    1. Anônimo says:

      Que texto perfeito, lindo... Amei!
      http://lollyoliver.wordpress.com/

    2. Hum o homem ficou com inveja e matou o outro e foi parar na cadeia e sua morte foi nunca mais ter a suposta liberdade do mundo.....

    3. Po muito bacana, foi escrito para um trabalho sobre a Música Domingo no Parque? Música ruim mais o texto ficou bom, parabéns!

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    Luiz F. Veríssimo

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    Anaïs Nin

    Anaïs Nin

    Anaïs Nin

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